Nas duas últimas décadas, ganhou espaço na área da Educação Física a perspectiva do Currículo Cultural. Este objetiva permitir aos sujeitos da educação uma leitura crítica dos modos de regulação das práticas corporais, a fim de possibilitar a produção de outras formas de dizê-las, fazê-las, assim como aos sujeitos perceberem a si mesmos nessa seara. Tencionamos neste artigo discutir a ressignificação, um dos encaminhamentos didático-metodológicos do Currículo Cultural de Educação Física. Para tanto, nos apoiamos na teorização do Currículo Cultural, nas noções conceituais de resistência e contraconduta, formuladas por Michel Foucault e de representação, apresentada por Stuart Hall para a análise do modo como os docentes descrevem a ressignificação em relatos de prática. Os dados empíricos foram submetidos à análise cultural. Os resultados indicaram que a ressignificação emergiu nas ações pedagógicas em três diferentes esferas discursivas, sendo: na produção de novas gestualidades, nas adaptações diversas às estruturas das práticas corporais e na produção de significados que resultaram na desconstrução das identidades normatizadas e, por conseguinte, na afirmação e potencialização da diferença a partir das resistências.