O artigo analisa o currículo cultural da Educação Física (CC) pela arqueologia do saber de Michel Foucault, deslocando a questão da essência da disciplina para as condições históricas que permitem seus enunciados. A Educação Física é compreendida como prática discursiva marcada por disputas curriculares e políticas, em que práticas corporais (esportes, danças, lutas, ginásticas e brincadeiras) são tematizadas como produções culturais. O CC redistribui posições de sujeito (professor como problematizador, estudante como intérprete e coautor), opera com conceitos como mapeamento, vivência, leitura de códigos, ressignificação e avaliação e articula estratégias como tematização, problematização, desconstrução, escrita-currículo e planejamento aberto ao acontecimento. Apoiado em princípios ético-políticos toma a centralidade da linguagem e a diferença, fortalecendo a escola como espaço público e democrático.