Este trabalho de conclusão de curso tencionou colaborar com a democratização dos saberes proposta pelo currículo cultural da Educação Física. Traz os significados do forró universitário de Campinas, para que o docente em ação na escola tenha elementos que o auxilie na elaboração de um currículo que atenda às diversas práticas culturais, colaborando com a justiça curricular. Sabemos que em uma escola a escolha de seu currículo é uma decisão política, pois se trata de um campo de disputa no qual grupos sociais tentam consolidar seus conhecimentos e visões de mundo. Utilizamos a etnografia participante a partir da perspectiva de um etnógrafo pós-moderno, adotando a posição de um flâneur. As observações foram realizadas em quatro momentos diferentes em uma casa noturna de forró universitário em Campinas. Os shows analisados foram escolhidos com o propósito de observar as formas de regulação da cultura dos forrozeiros, conforme o público participante. Foram selecionados eventos com um cantor carioca, um nordestino, um trio paulistano e uma banda paulista, popularmente conhecida. O forró universitário investigado é uma das intercessões da multiculturalidade existente no Brasil. A visão de multiculturalidade usada aqui, parte dos estudos culturais, campo no qual o fragmento “multi” refere-se à noção de multiplicação, ou seja, uma multiplicação cultural. Sua prática possui códigos e linguagens de forma singular, dentro de uma cadeia de representações. Apesar de estarem em constante transformação, alguns saberes são dominantes e determinam a permeabilidade do sujeito no grupo, a aceitação e a recusa pelos demais praticantes.