A Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) é uma perspectiva marxista que propõe que os conteúdos a serem desenvolvidos na escola devem emergir da realidade dinâmica e concreta do(da) estudante, a fim de propiciar uma nova compreensão da realidade social. A tradução desta pedagogia para a Educação Física se deu pelo Currículo Crítico-Superador (CCS), trazendo a cultura corporal como a base para o ensino da disciplina, na qual as Práticas Corporais de Aventura (PCA) se apresentam como uma das temáticas possíveis. A partir disso, o objetivo do estudo é realizar uma investigação acerca da organização das aulas de Educação Física no Ensino Médio com a temática PCA embasadas na PHC, compreendendo e analisando os limites e possibilidades de uma prática libertadora no contexto de avanço do neoliberalismo em uma Escola Estadual do sul de Minas Gerais. Para isso, realizamos uma pesquisa intervenção, constituindo os dados a partir do diário de campo e da construção de um grupo de foco. Foi possível debater a presença dos marcadores socioculturais e sua influência no acesso às PCA, a consciência socioambiental, a importância do processo educativo para a consciência de classe e os limites e as possibilidades da proposta pedagógica. Com o estudo, percebemos a possibilidade da presença da PHC no ambiente escolar, e seu potencial como ferramenta de subversão ao neoliberalismo adjacente às reformas educacionais. Além disso, reiteramos a importância de propostas que ampliam as possibilidades de um fazer docente crítico, em busca de mudanças na realidade social.
